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sábado, 23 de agosto de 2008

OURO E PRATA


Ouro e Prata – o melhor de sempre

Com uma medalha de ouro e outra de prata, a Missão de Portugal aos Jogos Olímpicos de Pequim de 2008 alcança o melhor resultado de sempre, situando-se no fim da jornada de hoje em 40.º lugar do medalheiro geral da competição.

A medalha de Nelson Évora é a 22.ª da história portuguesa, a quarta de ouro, depois de Carlos Lopes (1984), Rosa Mota (1988) e Fernanda Ribeiro (1996).

Nestes casos, as restantes medalhas alcançadas em simultâneo foram de bronze (duas em 1984 e uma em 1996), pelo que a conjugação de ouro e prata coloca Portugal nos primeiros 50 países dos Jogos, à frente da Argentina, Índia, México, Tunísia, Hungria, Suécia, Lituânia, Áustria, Croácia, Grécia, Argélia, Colômbia, Sérvia, Chile, África do Sul, Egipto, Israel ou Marrocos – para citar apenas países dos 72 que já alcançaram medalhas. A dois dias do final das competições, há 133 países sem qualquer medalha conquistada.

Ana Cabecinha melhor de sempre:

Na jornada de hoje, realce ainda para Ana Cabecinha e para a dupla Afonso Domingos-Bernardo Santos, que conquistaram mais dois diplomas, graças a 8.ºs lugares, respectivamente nos 20 km Marcha e na Classe Star, da Vela. Ana Cabecinha obteve a melhor classificação de sempre da Marcha portuguesa e bateu um recorde nacional com sete anos.

E nesta prova, Vera Santos alcançou a 10.ª posição. Susana Feitor, pela quinta vez nos Jogos Olímpicos, não conseguiu concluir a prova.Afonso Domingos repete o Diploma conquistado na Classe 49er nos Jogos de Sydney de 2000.

Canoagem ficou nas meias-finais:

Hoje, nas provas de Canoagem, Emanuel Silva (K1), Teresa Portela (K1) e Helena Rodrigues-Beatriz Gomes (K2) não conseguiram ultrapassar as meias-finais respectivas, embora no sector feminino tivessem sido registados os melhores resultados de sempre, por uma equipa de atletas muito jovens e com apenas um ano de experiência internacional.

Arsenyi Lavrentyev classificou-se em 22.º na prova de Maratona em Águas Abertas.
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domingo, 17 de agosto de 2008

19 de Agosto - Aniversário da Quarta Aparição de Nossa Senhora em Fátima


A 19 de Agosto de 1917, a aparição deu-se no sítio dos Valinhos, a uns 500 metros do lugar de Aljustrel, porque, no dia 13 as crianças tinham sido levadas pelo Administrador do Concelho, para Vila Nova de Ourém.
Em Vila Nova de Ourém, os Três Pastorinhos foram submetidos a múltiplos interrogatórios e ameaçados com violentos castigos. Por fim, foram entregues aos pais.
No Domingo seguinte, 19 de Agosto, Nossa Senhora apareceu-lhes nos Valinhos e pediu-lhes que continuassem a ir à Cova da Iria no dia 13 e que rezassem o terço todos os dias.
"Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas", disse Nossa Senhora.

O programa para a Peregrinação deste ano é o seguinte:
11:00 - Missa internacional, na Basílica.
21:30 - Rosário e procissão, aos Valinhos, com início na Capelinha (levar pilhas eléctricas em vez de velas).
22:00 - Rosário, na Capelinha (para os peregrinos que não podem ir aos Valinhos).
O actual monumento celebrativo desta aparição (na foto acima) foi construído a expensas dos católicos húngaros e inaugurado a 12 de Agosto de 1956. A branca imagem de Nossa Senhora de Fátima é obra da escultora Maria Amélia Carvalheira da Silva.

Peregrinação de 12 e 13 de Agosto


D. Zacarias Kamwenho, arcebispo de Lubango, Angola, presidiu à Peregrinação de 12 e 13 de Agosto no Santuário de Fátima, momento que integrou a Peregrinação do Migrante e do Refugiado.
Na Missa internacional da manhã do dia 13, durante a oração dos fiéis, em Fátima rezou-se "pelos emigrantes e suas famílias, para que o Senhor esteja sempre ao seu lado e superem assim os obstáculos e as dificuldades materiais e espirituais que encontrarem".

Durante a homilia, D. Zacarias Kamwenho sublinhou a importância à atenção aos fenómenos que dão origem aos fluxos migratórios.
«A religião verdadeira, diríamos no nosso contesto da Peregrinação Internacional das Migrações, é estarmos atentos aos fenómenos que provocam as migrações, como sejam as alterações climáticas do planeta, a pobreza, a intolerância politica, ou, como diz o Papa na sua mensagem para este dia, estarmos atentos “ao processo da globalização em curso no mundo, que traz consigo uma exigência de mobilidade que estimula também numerosos jovens a emigrar e a viver longe de suas famílias e dos seus países.” Todos conhecemos as consequências de tais situações, a maior das quais é a chamada “dificuldade da dupla pertença” que, não encontrando apoio nas próprias comunidades e por vezes nas Instituições Sociais, esvaziam os jovens dos seus valores mais sagrados», afirmou o Arcebispo de Lubango.

Sempre com o propósito da sensibilização para o bom acolhimento aos emigrantes, D. António Vitalino Dantas, Bispo de Beja e presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana, durante a Eucaristia da noite de Vigília, no dia 12, focou as raízes cristãs que caracterizam a hospitalidade do continente europeu.
«Foram os valores cristãos, personalizados em Cristo, o Mestre, o Salvador e Senhor, que deram a verdadeira unidade à Europa, mesmo quando esta teve de vencer graves crises, guerras e conflitos. Fátima foi um ponto alto dessa história, pois a Senhora da Mensagem transmitiu aos pastorinhos os valores fundamentais do Evangelho, a conversão e a oração, para que houvesse paz entre as nações. Esta velha Europa precisa, hoje, de ser recordada das suas raízes cristãs e do seu dever de praticar a hospitalidade, para que abra as suas portas e colabore com os filhos dos países mais pobres que chegam às suas fronteiras, não como malfeitores, mas como pessoas, com dignidade igual à nossa, à procura de trabalho e de melhores condições de vida que nos seus países de origem, como o fizeram e continuam a fazer tantos europeus por esse mundo fora», disse o prelado.

Tema do Mês: "Aquele que revela um segredo perde a confiança" (Sir 27,16)
Tema da Peregrinação Nacional das Migrações: "Jovens Migrantes Protagonistas da Esperança"

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Nelson Évora: «Inesquecível experiência»


Comentário de Nelson Évora à experiência pessoal de porta-bandeira de Portugal na Cerimónia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim de 2008:

«Vivi uma experiência inesquecível, ao transportar a bandeira do nosso país naquele estádio magnífico perante mais de 90 mil pessoas. Inesquecível!

«Vi muita gente a acenar para nós, a tirar-nos fotos, vi também muitas bandeiras portuguesas nas bancadas, o que nos transmite uma boa sensação de nos sentirmos apoiados.

«Entre a Missão reinou sempre a boa disposição e a alegria, num ambiente muito agradável.

«Toda a gente está bem disposta e bem preparada para os Jogos. Agora é preciso total concentração para que cada um consiga dar o melhor em cada prova»

Uma noite inesquecível
Os membros da Missão voltaram à Aldeia após a Cerimónia de Abertura num processo algo demorado de transferência por autocarro. A maioria dirigiu-se ao restaurante principal para comentar as emoções da noite e finalmente conseguir cear.
A ida para a Aldeia processou-se às 19h40, no lugar 175 do desfile, tendo ficado em espera durante cerca de duas horas no Pavilhão National Indoor, onde decorrerão as provas de Ginástica e de Trampolins – o que permitiu a Ana Rente e Diogo Ganchinho, últimos atletas portugueses chegados à Aldeia, tomarem contacto com o palco da sua competição.

No pavilhão foi servido um snack e muitos líquidos, mas todas as delegações lamentaram não terem tido acesso a mais imagens do espectáculo que decorria ao lado, no estádio Ninho de Pássaro.
Os portugueses conviveram sobretudo com os suíços e com os sérvios, que estavam instalados perto, podendo alguns tirar fotos com os tenistas Roger Federer e Novak Djokovic.
No trajecto do Pavilhão para o Estádio a Missão de Portugal seguia já à frente da delegação da Coreia do Sul, o que permitiu ao treinador de Tiro com Arco e de Nuno Pombo, Myung Lee, conviver um pouco e tirar também fotografias com os seus compatriotas. Myung Lee participa nos Jogos Olímpicos pela quinta vez (duas pela Coreia do Sul, duas pela Arábia Saudita e uma por Portugal)
Quer no caminho para o estádio, ladeado por milhares de voluntários surpreendidos pelo cachecol de Portugal, com a designação do país em caracteres de mandarim, o desfile foi recebido com muito entusiasmo, que contagiou todos os membros da Missão.

Provas começam oito horas depois da Cerimónia
As provas começam para os portugueses às 9h00 de sábado, com Manuel Vieira da Silva a entrar em acção na primeira qualificativa de Tiro com Armas de Caça. Os atletas das provas de sábado, à excepção de João Costa que viu o desfile na bancada, permaneceram na Aldeia.

No pavilhão foi servido um snack e muitos líquidos, mas todas as delegações lamentaram não terem tido acesso a mais imagens do espectáculo que decorria ao lado, no estádio Ninho de Pássaro.
Os portugueses conviveram sobretudo com os suíços e com os sérvios, que estavam instalados perto, podendo alguns tirar fotos com os tenistas Roger Federer e Novak Djokovic.
No trajecto do Pavilhão para o Estádio a Missão de Portugal seguia já à frente da delegação da Coreia do Sul, o que permitiu ao treinador de Tiro com Arco e de Nuno Pombo, Myung Lee, conviver um pouco e tirar também fotografias com os seus compatriotas. Myung Lee participa nos Jogos Olímpicos pela quinta vez (duas pela Coreia do Sul, duas pela Arábia Saudita e uma por Portugal)
Quer no caminho para o estádio, ladeado por milhares de voluntários surpreendidos pelo cachecol de Portugal, com a designação do país em caracteres de mandarim, o desfile foi recebido com muito entusiasmo, que contagiou todos os membros da Missão.

Provas começam oito horas depois da Cerimónia
As provas começam para os portugueses às 9h00 de sábado, com Manuel Vieira da Silva a entrar em acção na primeira qualificativa de Tiro com Armas de Caça. Os atletas das provas de sábado, à excepção de João Costa que viu o desfile na bancada, permaneceram na Aldeia.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Zeca Afonso


Seria cruel, eu não falar deste grande cantor e artista, homem de grande carisma e convicções fortes, daqueles que não se intimidou a homens do regime, lutou sempre pelo seu ideal, coisa que muita gente não o faz, admiro pessoas que lutam por uma coisa em que acreditam, eu sou um pouco assim, nunca viro a cara a luta.
José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos (Aveiro, 2 de Agosto de 1929 — Setúbal, 23 de Fevereiro de 1987), mais conhecido por José Afonso ou Zeca Afonso, foi um cantor e compositor português. Não obstante o seu trabalho com o fado de Coimbra e a música tradicional, José Afonso ficou indelevelmente associado à música de intervenção, através da qual criticava o Estado Novo, regime de ditadura vigente em Portugal entre 1933 e 1974.
Foi criado pela tia Gé e pelo tio Xico, numa casa situada no Largo das Cinco Bicas, em Aveiro, até aos 3 anos (1932), altura em que foi viver com os pais e irmãos, que estavam em Angola havia 2 anos.
A relação física com a natureza causou-lhe uma profunda ligação ao continente africano que se reflectirá pela sua vida fora. As trovoadas, os grandes rios atravessados em jangadas, a floresta esconderam-lhe a realidade colonial. Só anos mais tarde saberá o quão amarga é essa sociedade, moldada por influências do apartheid.
Em 1937, volta para Aveiro onde é recebido por tias do lado materno, mas parte no mesmo ano para Moçambique, onde se reencontra com os pais e irmãos em Lourenço Marques (agora Maputo), com quem viverá pela última vez até 1938, data em que vai viver com o tio Filomeno, em Belmonte.
O tio Filomeno era, na altura, presidente da câmara de Belmonte. Lá, completou a instrução primária e viveu o ambiente mais profundo do Salazarismo, de que seu tio era admirador. Ele era pro-franquista e pro-hitleriano e levou-o a envergar a farda da Mocidade Portuguesa. «Foi o ano mais desgraçado da minha vida», confidenciou Zeca.
Zeca Afonso vai para Coimbra em 1940 e começa a cantar por volta do quinto ano no Liceu D. João III. Os tradicionalistas reconheciam-no como um bicho que canta bem. Inicia-se em serenatas e canta em «festarolas de aldeia». O fado de Coimbra, lírico e tradicional, era principalmente interpretado por si.
Os meios sociais miseráveis do Porto, no Bairro do Barredo, inspiraram-lhe para a sua balada «Menino do Bairro Negro». Em 1958, José Afonso grava o seu primeiro disco "Baladas de Coimbra". Grava também, mais tarde, "Os Vampiros" que, juntamente com "Trova do Vento que Passa" (um poema de Manuel Alegre, musicado e cantado por Adriano Correia de Oliveira) se torna um dos símbolos de resistência antifascista da época. Foi neste período (1958-1959) professor de Francês e de História na Escola Comercial e Industrial de Alcobaça.
José Afonso morreu no dia 23 de Fevereiro de 1987, no Hospital de Setúbal, às 3 horas da madrugada, vítima de esclerose lateral amiotrófica. Será certamente recordado como um resistente que conseguiu trazer a palavra de protesto antifascista para a música popular portuguesa e também pelas suas outras músicas, de que são exemplo as suas baladas.